3 de nov. de 2006

CONTRA-SPIN

O sol a abrir suas asas... uma aura de vidas atrás...
o vento ventando por dentro do peito, ampliando as paixões...
lembro com tristeza do jeito com que a natureza tocava meus pés...
agora não resta nenhum dos Caetés...
foram todos levados a força pro novo mundo chegar
- os embrutecidos pelo tempo e pela falta de cores
traçaram cruéis o destino de um povo...
e mesmo com o passar dos anos,
a terra ainda sente a frieza com que se pisa o monte,
o pasto, a mata...
Mas o sol a raiar suas asas...
e o vento a ventar suas graças... ampliando as paixões...
deixando seus filhos mais altivos,
cantando à alma dos nativos, por toda parte corações...
no desabrochar das flores, no revoar dos pássaros,
nos dedos de uma criança, no riso que me lembra a infância,
nas pequenas canções...
E numa simples caminhada ao redor da magia a vida renasce...
sobrevivendo das pulsões de morte...
sobrepujando as lições de eternidade, da mente e do ser...
organizando o caos... o tenro, o terno, o volátil, o grão...
abrindo com toda minha poesia e o universo em minhas mãos...
E o músculo que pulsa ritmado me mantém acordado pra te ver chegar...
mas tu não chegas de verdade, pois já estavas comigo...
esse velho e nobre amigo...
esse que é irmão da dor...
o que morde e assopra...
o declarado Amor...

Um comentário:

Loscar disse...

"deixando seus filhos mais altivos,
cantando à alma dos nativos, por toda parte corações...
no desabrochar das flores, no revoar dos pássaros,
nos dedos de uma criança, no riso que me lembra a infância,
nas pequenas canções...". DELAYNATURALDELAYNATURALELAYNATURALDELAYNATURALELAYNATURALDELAYNATURALELAYNATURALDELAYNATURALELAYNATURALDELAYNATURAL...