18 de set. de 2008

Ao moço dos olhos azuis; o velho dos bigodes brancos...

Não o perdi, meu avô. Foi a sensação, o título, que se perdeu. Substituído pelo retorno eterno de Memória, o momento é inaugural e a deusa, assim, me permite o reviver. Não há lugar para muitas palavras e apenas o pensamento flui sem seguir, necessariamente, qualquer orientação. Não há últimas homenagens, apenas a continuidade da celebração. A morte, que chega dissolvendo os sentidos, indica que quem está ausente só o faz por alguns instantes - ainda que pontuados pelo infinito. Logo, a turva névoa do sem-sentido, do “sem-resposta”, se converte na presença de um profundo pensar, um profundo existir. É reconfortante saber que foi proferido o “eu te amo”. E isso não se pode perder. Adeus meu amigo. A-Deus meu avô*.

*Laerte Storck dos Santos (27 de outubro de 1927 – 17 de setembro de 2008)

15 de set. de 2008

Três sentenças sobre o Tempo

O Futuro não existe; não resiste ao presente. O Passado “ri de nossa razão”; só reside no presente. Só o Presente é totalmente original e imprevisível. O Presente é o Absoluto.